
A Cplp-se e o Dia Internacional dos Estudantes
O Dia Internacional dos Estudantes é, sem dúvida, uma data fundamental, uma data que nos provoca e nos convoca à reflexão. Celebrado em 17 de novembro, ele tem origem em um dos episódios mais marcantes da resistência estudantil: em 1939, durante a ocupação nazista da então Tchecoslováquia, estudantes foram presos, deportados e executados após protestarem pela liberdade e pela democracia. Em memória desses jovens e de todos os estudantes que lutam por direitos, a data foi instituída pelo Conselho Internacional dos Estudantes, tornando-se um símbolo global e seu sentido permanece universal, em especial no momento de crescimento da extrema-direita.
Essa data nos convida a perguntar: que tipo de educação temos oferecido aos nossos estudantes? Em um mundo marcado pela rápida inovação tecnológica, novas formas de comunicação e profundas transformações sociais, quais avanços educacionais realmente alcançamos? E quais desafios permanecem no cotidiano escolar?
Quando observamos o conjunto das escolas dos países de língua portuguesa, vemos realidades diversas, mas marcadas pelas mesmas contradições: desigualdades históricas, estruturas insuficientes, valorização profissional limitada e grandes diferenças no acesso à tecnologia, à formação continuada e a ambientes adequados de aprendizagem. Falta, em muitos contextos, o investimento necessário para modernizar estruturas, garantir a valorização dos trabalhadores da educação, consolidar o espaço acadêmico como lugar de pensamento crítico e assegurar que todas as escolas estejam preparadas para atender às demandas dos novos tempos. Mesmo onde há avanços, os desafios persistem e a distância entre o discurso político da “boa educação” e a realidade vivida nas salas de aula ainda é infinitamente distante.
Por isso, o Dia Internacional dos Estudantes não pode ser tratado apenas como uma comemoração simbólica. Ele deve ser um chamado à responsabilidade pública, à ação e ao compromisso dos governos com uma educação verdadeiramente pública, laica, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada uma educação que seja direito geral e não privilégio de uma parcela.
Essa é uma luta diária da Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa, que segue lado a lado com os estudantes, defendendo condições reais de ensino, de aprendizagem e de dignidade para quem ensina e para quem aprende.
E seguimos com esperança, força e coragem. Afinal, “eu acredito é na rapaziada / que segue em frente e segura o rojão / eu ponho fé é na fé da moçada / que não foge da fera e enfrenta o leão”, como diz a canção do cantor brasileiro Gonzaguinha.
Seguimos de mãos dadas, porque a educação se constrói na luta, na resistência e na esperança ativa.









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