O secretário-geral da CPLP-SE, José Augusto Cardoso, esteve em Angola, nos últimos dias, para o encerramento do curso de formação de formadores iniciado em julho de 2022. O curso, realizado por meio de parceria entre a CPLP-SE, a IE (Internacional da Educação) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social de Angola? totalizou 60 horas de formação, entre encontros presenciais e remotos.
O encontro aconteceu na província de Huíla. “O objetivo do curso foi criar quadros para que os próprios possam depois disseminar esse tipo de formação sindical”, explicou Cardoso. O encerramento foi feito em dois dias, durante os quais, segundo o secretário-geral da CPLP-SE, “fizemos o balanço, tiramos dúvidas de algumas questões, verificamos aquilo que nos faz falta fazer”, a fim de “potenciar aquilo que eventualmente ainda não conseguimos desenvolver. Portanto, os desafios ainda são grandes”.
A partir da finalização do curso, a CPLP-SE foi instada a participar de dois projetos demandados pela federação. O primeiro é o plano estratégico de desenvolvimento sindical, que também será desenvolvido em parceria com a IE. O segundo tem a ver com a necessidade de escolas que atendam às crianças sujeitas à transumância das famílias. “Devemos ser parceiros naquilo que se puder desenvolver”, afirmou.
“A formação foi muito proveitosa. Mas pudemos perceber que há questões no interior de Angola nos fazem recuar no tempo quase 100 anos. Há escolas que têm dificuldades tremendas. Nomeadamente, por exemplo, ausência do quadro de ardósia, que é o próprio quadro retangular onde se escreve e que não existe. Ou inexistência da própria escola física. Ou turmas que andam à volta dos 100, 120 alunos”, lamentou.
Outros diálogos
O secretário-geral da CPLP-SE aproveitou a visita a Angola e se reuniu, em Luanda, com representantes do Sinprof (Sindicato Nacional dos Professores de Angola ). “Tratamos de assuntos de interesse do sindicato e da CPLP-SE e falamos das questões do próximo congresso que vamos realizar am Amarante”, relatou Cardoso. “Foi a primeira reunião que fizemos com o Sinprof fora do quadro institucional do congresso.”
“Depois, seguimos e fomos ter com nossos camaradas na província de Benguela, onde a federação estava à nossa espera”, contou. “Participei eu, na qualidade de secretário-geral da CPLP-SE, fazendo um seminário sobre as questões atuais do sindicalismo, os desafios e as questões que nos preocupam e que serão debatidas no congresso.”
Para o secretário-geral, a experiência em Angola comprova que a luta da CPLP-SE se dá em todos os espaços. E a realidade vista lá só faz reforçar a batalha por melhores condições de trabalho e por uma educação de qualidade referenciada socialmente, porque temos como centro o fato de que a educação é uma ação transformadora.
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